Quais as principais características do autismo em crianças?
"Ele já tem 2 anos e não fala como o primo que é até mais novo. Se isola, não se interessa por outras crianças, nem brinca com os brinquedos do jeito certo."
O transtorno do espectro do autismo (TEA) – termo técnico para o autismo – é um transtorno do desenvolvimento que causa dificuldades ao longo da vida como a socialização, a comunicação e o comportamento. O termo "espectro" refere-se ao fato de que algumas pessoas apresentam alguns sintomas leves, enquanto outras apresentam sintomas graves que podem ser incapacitantes.
Como se desenvolve o transtorno do espectro do autismo? Não está claro como ou por que o TEA se desenvolve. Fatores ambientais, como exposições a substâncias tóxicas antes ou depois do nascimento, complicações durante o parto e infecções antes do nascimento, podem ser responsáveis por uma pequena porcentagem dos casos. Em crianças com predisposição genética, fatores ambientais podem aumentar ainda mais o risco da criança de desenvolver TEA, mas na maioria das crianças, não é encontrada uma causa específica.
Com que frequência ocorre o transtorno do espectro do autismo? O número de crianças com diagnóstico de TEA vem aumentando, particularmente desde o final da década de 1990. Não está claro se o aumento está relacionado a mudanças nos critérios usados para diagnosticar TEA ou se a condição se tornou mais comum ao longo do tempo. Em cada 1000 crianças, entre 2 e 25 crianças tem autismo, e afeta mais meninos do que meninas (aproximadamente quatro meninos para cada menina).
Condições médicas associadas ao transtorno do espectro do autismo
● Atraso na fala e na linguagem. É o que mais comumente leva os pais a procurar um avaliação para seus filhos. Em alguns casos, a criança pode ter começado a falar algumas palavras (exemplo: mamãe, papai), e parecer ter regredido, como se tivesse “desaprendido a falar”.
● Alterações da inteligência, frequentemente com deficiência intelectual, mas podendo ter inteligência normal ou mesmo inteligência acima da média
● Epilepsia é mais frequente nas crianças com TEA do que na população em geral. Aproximadamente 30 por cento das crianças com autismo têm convulsões.
● Alguns casos de TEA podem estar associados a uma condição médica, como esclerose tuberosa, síndrome do X-frágil, síndrome de Rett, fenilcetonúria, síndrome alcoólica fetal ou síndrome de Angelman.
● Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) também é mais frequente nessas crianças, podendo ser um desafio ao profissional diferenciar um quadro de hiperatividade de um possível agitação por exemplo.
● Alterações do sono, como a insônia, podem estar presentes.
● Também são mais comuns quadros de ansiedade e depressão em pacientes com transtorno do espectro do autismo, necessitando de acompanhamento com psicólogo e em algumas vezes também de tratamento medicamentoso.
● Alterações na percepção sensorial, levando as crianças a perceber sons, sabores ou toques de maneira diferente. Por exemplo, a pessoa pode ser excessivamente sensível aos níveis normais de ruído. Pode haver recusa em comer alimentos com certos sabores ou texturas, podendo causar sintomas gastrointestinais, como perda de peso, diarreia ou constipação.
É importante lembrar que nenhuma vacina causa autismo e a vacinação é recomendada para todas as crianças.
Não existe cura para o autismo, mas existe tratamento, e quanto mais cedo for iniciado, melhores serão os resultados para a criança.
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