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O que é o autismo?

Atualizado: 29 de fev.

Esse é o primeiro de uma sequência de artigos em que explicaremos com detalhes o transtorno


O transtorno do espectro do autismo (TEA) – muitas vezes chamado apenas de autismo – é um transtorno do neurodesenvolvimento que causa dificuldades ao longo da vida como prejuízos na socialização, na comunicação e no comportamento do indivíduo.


O cérebro de uma pessoa com autismo se forma de maneira diferente, levando a problemas de comunicação e interação social e comportamentos ou interesses restritos e repetitivos. Pessoas com TEA também podem ter diferentes maneiras de aprender, se movimentar ou prestar atenção.

O quadro costuma ser muito variável, onde cada indivíduo terá seus desafios e potencialidades próprios. Assim, julgou-se mais apropriado o termo "espectro", pelo fato de que o quadro pode variar desde pessoas com alguns sintomas leves, até outras apresentando quadros graves, podendo ser inclusive incapacitantes. Por exemplo, algumas pessoas com TEA podem ter habilidades avançadas de conversação, enquanto outras podem ser não verbais. Algumas pessoas com TEA precisam de muita ajuda em suas vidas diárias; outros podem trabalhar e viver com pouco ou nenhum apoio.


Os sintomas do transtorno do espectro do autismo geralmente começam antes dos 3 anos de idade - embora nem sempre possam ser percebidos nos quadros mais leves - e podem durar toda a vida. Algumas crianças apresentam sintomas de TEA nos primeiros 12 meses de vida. Em outros, os sintomas podem não aparecer até os 2 anos de idade, chamando a atenção quando os pais notam algum atraso na aquisição da fala ou indiferença no contato com outras crianças quando iniciado o convívio na escolinha ou no parquinho. Algumas crianças com TEA atingem os marcos de desenvolvimento até por volta dos 18 a 24 meses de idade, quando então param de ganhar novas habilidades ou perdem as habilidades que antes tinham (por exemplo, deixar de falar palavras que já tinha aprendido ou não fazer mais gestos como mandar beijo ou dar tchau).



À medida que as crianças com TEA se tornam adolescentes e adultos jovens, elas podem ter dificuldades em criar e manter amizades, comunicar-se com colegas e entender quais comportamentos são esperados na escola ou no trabalho. Eles podem chamar a atenção dos profissionais de saúde por também terem condições como ansiedade, depressão ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), que ocorrem mais frequentemente em pessoas com TEA.



Fatores de risco


Não há apenas uma causa de TEA. Existem muitos fatores diferentes que foram identificados que podem tornar uma criança mais propensa a ter TEA, incluindo fatores ambientais, biológicos e genéticos.


Embora saibamos pouco sobre causas específicas, as evidências disponíveis sugerem que as condições seguintes podem levar ao maior risco de desenvolver TEA:


  • Ter um irmão com TEA

  • Ter certas condições genéticas ou cromossômicas, como síndrome do X frágil, síndrome de Down ou esclerose tuberosa

  • Ter história de complicações no nascimento

  • Idade dos pais acima dos 40 anos



Como se desenvolve o transtorno do espectro do autismo?


Como dito no início, o TEA compreende uma alteração no neurodesenvolvimento da criança. O termo neurodesenvolvimento corresponde ao processo de desenvolvimento do sistema nervoso central do indivíduo, iniciado ainda no útero materno. Ele envolve a aquisição, retenção ou aplicação de habilidades específicas e seus distúrbios podem ocasionar alteração da atenção, da memória, da percepção do ambiente e dos demais indivíduos, atrasos ou dificuldades na linguagem ou prejuízos na interação social.


Não está completamente elucidado como ou porque o TEA se desenvolve, mas as pesquisas vêm mostrando uma forte participação genética, o que explica encontrarmos com frequência outros casos de alterações do neurodesenvolvimento (ex.: autismo e TDAH), psiquiátricas (ex.: esquizofrenia) ou neurológicas (notadamente epilepsia) entre familiares. Não é incomum que um dos pais seja diagnosticado com o transtorno durante o processo de avaliação dos filhos pequenos.


De um ponto de vista mais técnico, observa-se uma alteração no processo de migração neuronal e um excesso de sinapses entre os neurônios.


Pesquisas mais recentes têm levantado a possibilidade de alterações nos astrócitos - células presentes no cérebro, que dão sustentação e nutrição aos neurônios. Muitos desses grupos são conduzidos por pesquisadores brasileiros e seus resultados podem revolucionar em um futuro breve a maneira como entendemos o transtorno.



Fatores ambientais, como exposição a medicamentos e substâncias tóxicas durante a gestação, prematuridade e infecções antes do nascimento, podem ser responsáveis por uma menor porcentagem dos casos. Em crianças com predisposição genética, fatores ambientais podem aumentar ainda mais o risco da criança de desenvolver TEA.


É importante frisar que nenhuma vacina causa autismo. Como as crianças já nascem com a condição, não é possível desenvolver um quadro de autismo por nenhuma influência ocorrida após o nascimento.


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