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O que é a escala M-CHAT?

Atualizado: 1 de fev.

No final do texto, um link para versão on-line em português


A escala M-CHAT é um teste que avalia o risco de transtorno do espectro do autismo (TEA) em crianças entre 16 meses (ou 1 ano e 4 meses) e 30 meses (ou 2 anos e 6 meses). Consiste atualmente de um questionário com 20 perguntas de SIM ou NÃO, que devem ser respondidas pelos pais, se necessário, com a orientação de um profissional.

O objetivo da escala não é o diagnóstico ou a exclusão do transtorno do espectro do autismo, uma vez que esta é uma condição mais complexa que exige avaliação de um profissional especializado e, muitas vezes, a aplicação de uma escala diagnóstica, com maior aprofundamento e tempo de execução (as escalas ADOS-2, ADIR ou a escala Labirinto são exemplos de escalas diagnósticas, aplicadas apenas por profissional treinado).

É sabida a demora para o diagnóstico para o TEA. A Sociedade Brasileira de Pediatra (SBP) estima que em média o diagnóstico ocorre aos 5 anos de idade. Como a identificação precoce é relacionada a melhores resultados com o tratamento, desde 2017, é obrigatória a aplicação da escala M-CHAT durante as consultas pediátricas no SUS nos primeiros 18 meses de vida. Após um resultado de risco moderado ou alto na escala M-CHAT, a criança pode ser avaliada pela escala Labirinto, por exemplo, que permite o diagnóstico já aos 2 anos de idade.

Segue trecho da lei 13.438/17, sancionada pelo então presidente Michel Temer.

“§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico."

Uma vez que não é possível concluir o diagnóstico com a M-CHAT, a importância da escala é estabelecer qual é o risco de a criança ter o transtorno e fazer o devido encaminhamento o mais breve possível.


Como é calculado?

Cada questão soma um ponto se risco (dependendo da pergunta, o risco pode mudar se respondido SIM ou NÃO), e pode totalizar resultados entre 0 e 20 pontos. A interpretação pode ser baixo risco (0 a 2 pontos), risco moderado (3 a 7 pontos) ou alto risco (8 a 20 pontos). Perceba que não há “nenhum risco” ou “certeza”, pois a escala M-CHAT não é capaz de confirmar ou afastar o diagnóstico.


O que fazer a depender do risco?

Após obter a pontuação, a conduta a ser tomada depende da classificação encontrada:


· Baixo risco: se a criança tiver menos de 2 anos, repetir o M-CHAT ao completar 2 anos de idade.

· Risco moderado: repetir a escala para obter informação adicional. Se continuar a ser igual ou superior a 2, a criança deve ser encaminhada para especialista para avaliação diagnóstica e para avaliação da necessidade de intervenção.

· Alto risco: pode-se encaminhar a criança para especialista para avaliação diagnóstica e também para avaliação da necessidade de intervenção, não sendo necessário repetir a aplicação da escala.


Apesar da lei tornar obrigatória a aplicação no SUS, peça ao pediatra o seu filho que aplique a escala. Se for o caso, essa medida simples pode levar ao diagnóstico mais precoce.


Caso queira conhecer e preencher a escala, disponibilizamos uma versão on-line gratuitamente. Após finalizar, imprima e leve ao profissional que acompanha sua criança.



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