Se uma criança tem sintomas de transtorno do espectro do autismo (TEA), o profissional que a acompanha a encaminha para avaliação especializada. Na maior parte das vezes, é o próprio pediatra quem faz o encaminhamento, mas outro profissional também pode pedir a opinião de um especialista – por exemplo, um fonoaudiólogo ou psicólogo, procurados pelos pais por atraso na fala, suspeita de surdez ou por falta de interação com familiares por exemplo.
Idealmente, a criança já vai à consulta com o especialista em autismo com a escala M-CHAT preenchida e com uma pontuação que indique algum grau de risco. Caso não tenha sido aplicada, é interessante fazer o teste na primeira consulta.
Para saber mais sobre a escala M-CHAT e acessar gratuitamente uma versão on-line da mesma, clique aqui.
A avaliação geralmente inclui um histórico médico completo (da criança e da família), exame neurológico e discussão com os cuidadores sobre o comportamento da criança e quaisquer outros questionamentos. Hábitos de sono, alimentação, humor, assim como história de complicações na gravidez ou no parto, crises convulsivas, atrasos no desenvolvimento, também são importantes para identificar condições associadas.
O objetivo da avaliação inclui:
● Determinar se a criança tem TEA ou se outra condição pode estar causando os sintomas da criança
● Determinar se a criança tem algum problema médico associado ao TEA que deve ser avaliado ou tratado. Por exemplo, hiperatividade, epilepsia, ansiedade, insônia, deficiência intelectual ou alguma síndrome genética.
● Determinar os pontos fortes (potencialidades) e fracos da criança (quais pontos abordar nas terapias) e o nível de funcionamento (gravidade)
Para confirmação do diagnóstico pode ser necessária a aplicação de uma escala diagnóstica para o transtorno do espectro do autismo (TEA). Esta difere do M-CHAT por ser mais detalhada, aprofundada, levar mais tempo para ser realizada, e pelo fato de necessitar de treinamento especializado para aplicar. Inúmeras escalas foram criadas, mas mais conhecidas são a ADOS-2 e a ADI-R, mas ambas foram desenvolvidas fora do país e, além do custo elevado para treinamento, apesar de utilizadas, ainda não foram validadas no Brasil.
Uma opção interessante é a Escala LABIRINTO para o Diagnóstico do Autismo, que foi idealizada pelo Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Autismo, desenvolvida com crianças brasileiras e adequada para a realidade do país. É uma escala observacional (a criança é avaliada e testada através de atividades e brincadeiras durante um período com o profissional). Ela apresenta elevada acurácia quando comparada à escala CARS, outro teste muito utilizado no Brasil.
Outra opção é uma avaliação com neuropsicólogo, que, por meio de uma bateria de testes, pode confirmar ou afastar o diagnóstico de autismo. O teste neuropsicológico pode levar mais de um dia para ser aplicado e, no final, é emitido um relatório completo pelo profissional com os resultados de todos os testes executados,
É de suma importância também uma avaliação com fonoaudiólogo, psicólogo infantil e, a depender da necessidade, terapeuta ocupacional, psiquiatra ou outros profissionais. Crianças maiores podem precisar de psicopedagogo caso haja dificuldades no aprendizado escolar.
Comments